Serasa Experian indica aumento anual no endividamento rural; custos e crédito caro pressionam produtores.
A inadimplência entre produtores rurais alcançou 8,1% no 2º trimestre de 2025, com o endividamento do setor em alta pelo 3º ano consecutivo.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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A inadimplência entre produtores rurais no Brasil atingiu 8,1% no 2º trimestre de 2025, de acordo com um levantamento da Serasa Experian. O estudo, divulgado nesta quarta-feira, analisou dados de 10,5 milhões de produtores rurais, incluindo grandes, médios e pequenos.
O endividamento no setor tem apresentado alta contínua nos últimos três anos.
Houve um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao 1º trimestre de 2025, considerado estável pela Serasa Experian. No entanto, comparado ao 2º trimestre de 2022, a inadimplência no agronegócio tem crescido, em média, 1 ponto percentual ao ano.
Causas do Endividamento
O aumento dos custos de produção, a variação nos preços das commodities e o encarecimento do crédito são apontados como os principais fatores que explicam o cenário de endividamento. Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, ressalta que o setor enfrenta desafios de fluxo de caixa e endividamento acumulados nos últimos anos, exigindo atenção e reestruturação.
O Amapá lidera o ranking de inadimplência, com 19,5% dos produtores em atraso, seguido pelo Amazonas (13,9%). Em contraste, os estados do Sul, apesar de enfrentarem problemas climáticos desde 2021, registram as menores taxas de inadimplência no país.
O Rio Grande do Sul apresenta o índice mais baixo, com 4,9%.
Os maiores índices de inadimplência são observados entre os produtores sem o Cadastro Ambiental Rural (CAR), como arrendatários ou grupos familiares, que registram 10,5% de endividamento. Segundo a pesquisa, esses produtores têm margens de lucro menores devido ao custo de arrendamento, enquanto grandes produtores tendem a se endividar mais devido ao maior apetite ao risco.
A inadimplência se distribui da seguinte forma: grandes produtores (9,2%), médios produtores (7,8%) e pequenos produtores (7,6%).
O cálculo da Serasa Experian considera dívidas acima de R$ 1.000, com mais de 180 dias de atraso e até 5 anos relacionadas a atividades do agronegócio, como agroindústrias, revendas, serviços e comércio ligados ao campo.
