Prefeituras do MS são lesadas em “conto de fadas” de advogados

Um inquérito civil apura a atuação de um escritório de advocacia que pode ter causado um rombo milionário em 12 prefeituras de Mato Grosso do [...]

Escritório de advocacia é investigado por causar rombo milionário em 12 prefeituras de Mato Grosso do Sul, sob a promessa de recuperação de créditos previdenciários.

Um inquérito civil apura a atuação de um escritório de advocacia que pode ter causado um rombo milionário em 12 prefeituras de Mato Grosso do Sul.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Resumo rápido gerado automaticamente

Um escritório de advocacia, Nunes Golgo & Alves Sociedade de Advogados, é investigado por causar um prejuízo milionário em 12 prefeituras de Mato Grosso do Sul, incluindo Mundo Novo e Glória de Dourados, sob a promessa de recuperação de créditos previdenciários. O esquema consistia em orientar os prefeitos a suspender o pagamento de impostos federais, ficando o escritório com 20% do valor não recolhido, o que gerou cobranças da Receita Federal com multas e juros. Aristeu Pereira Nantes, ex-prefeito de Glória de Dourados, relatou dificuldades em contatar os advogados após o início dos problemas, e Mundo Novo pagou cerca de R$ 430 mil ao escritório. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) e a promotoria investigam os contratos firmados desde 2018, que também envolvem as prefeituras de Selvíria, Inocência, Tacuru, Eldorado, Iguatemi, Bataguassu, Corguinho, Deodápolis, Figueirão e Chapadão do Sul.

Em Mundo Novo, a Promotoria abriu inquérito civil nesta sexta-feira para investigar a contratação de um escritório de advocacia, o qual pode ter provocado um rombo milionário em 12 prefeituras de Mato Grosso do Sul. O promotor Fábio Adalberto Cardoso de Morais apura a contratação, sem licitação, do escritório Nunes Golgo & Alves Sociedade de Advogados.

Aristeu Pereira Nantes, ex-prefeito de Glória de Dourados entre 2016 e o fim do ano passado, informou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) que instaurou procedimento interno na prefeitura, mas não conseguiu mais encontrar os advogados para exigir explicações. O escritório recebeu cerca de R$ 430 mil da gestão pública de Mundo Novo, sob a promessa de recuperar R$ 2,16 milhões que a prefeitura supostamente tinha com a Previdência Social.

O golpe consistia em convencer os prefeitos a não pagar determinados impostos federais sob o argumento de que em anos anteriores pagaram além do previsto. Do valor que os prefeitos deixavam de recolher, 20% eram repassados aos advogados. Após o fim do contrato, a Receita Federal começou a cobrar as prefeituras, aplicando multas e juros. O escritório de advocacia atua em prefeituras de Mato Grosso do Sul desde 2018, e o contrato mais recente foi assinado em Chapadão do Sul no ano passado.

O TCE-MS descobriu que o escritório convenceu o prefeito a não pagar a Previdência sob o argumento de que os municípios tinham créditos relativos aos cinco anos anteriores. Antes de o caso ter tramitado até as últimas instâncias, os advogados receberam os 20% do município. Mas depois a Receita Federal apareceu e agora cobra as dívidas, com juros e multa. O relator do caso relativo a Glória de Dourados no TCE-MS foi o conselheiro Márcio Monteiro, que já foi secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul.

Além de Mundo Novo e Glória de Dourados, os advogados têm ou tiveram contratos semelhantes com outras 10 prefeituras de Mato Grosso do Sul: Selvíria, Inocência, Tacuru, Eldorado, Iguatemi, Bataguassu, Corguinho, Deodápolis, Figueirão e Chapadão do Sul.

Leia mais

Rolar para cima