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Encontro de escritores e artistas indígenas celebra duas décadas de resistência no Rio

O Encontro de Escritores e Artistas Indígenas celebra 20 anos no Rio de Janeiro, destacando a força da produção cultural originária e sua influência nas [...]

Evento gratuito reúne mais de 30 autores e destaca a influência da produção cultural originária nas políticas públicas.

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O Encontro de Escritores e Artistas Indígenas celebra 20 anos no Rio de Janeiro, reunindo mais de 30 autores no Museu de Arte do Rio (MAR) e na Fundação Casa de Rui Barbosa, com programação gratuita de 15 a 18 de outubro de 2025. Idealizado por Daniel Munduruku, o evento destaca o crescimento da literatura indígena, que saltou de 12 para 150 autores, com mais de 400 títulos, influenciando políticas públicas e a criação de materiais didáticos. Juliana Tupinambá e Claudete Daflon ressaltam a importância do encontro como ato de reparação e espaço de valorização da memória indígena, com a participação de nomes como Gustavo Caboco, Fernanda Kaingang e Ademário Payayá. A programação inclui rodas de conversa, oficinas e apresentações, com foco na formação de professores e apoio de diversas instituições federais.

O Encontro de Escritores e Artistas Indígenas celebra 20 anos no Rio de Janeiro, destacando a força da produção cultural originária e sua influência nas políticas públicas.

Consolidado como um marco de resistência e uma vibrante escola literária, o Encontro de Escritores e Artistas Indígenas celebra duas décadas de atividades no Rio de Janeiro, com programação gratuita a partir da próxima quarta-feira, 15 de outubro de 2025. O evento, que se estende até sábado, 18 de outubro, destaca a crescente influência da produção cultural originária no cenário nacional.

Idealizador do encontro, o escritor e educador Daniel Munduruku ressalta a importância de celebrar vinte edições em um país que, por vezes, esquece sua própria memória. Ele observa que o movimento, que começou com apenas doze escritores, hoje agrega cerca de 150 autores indígenas, responsáveis por mais de 400 títulos produzidos ao longo dessas duas décadas.

Essa expansão não só reafirma a vitalidade da literatura indígena, mas também demonstra sua capacidade de influenciar políticas públicas. Um exemplo é a aquisição de livros desses autores por diferentes esferas governamentais e um edital recente de um ministério, que incentiva a criação de materiais didáticos escritos por autores originários, visando equidade. A renovação geracional, com mais jovens indígenas interessados na produção cultural, também contribui para essa transformação.

Apesar dos avanços, persistem desafios significativos. A diretora de um museu nacional dedicado aos povos originários, Juliana Tupinambá, enfatiza a importância do evento como um ato de reparação e valorização da memória indígena, citando uma lei que pauta a necessidade de espaços para a educação afro-indígena. Ela argumenta que a ação dos indígenas transcende a demarcação de terras, estendendo-se à academia, às artes visuais, à literatura e à política, buscando fortalecer a presença dos povos originários em diversas representações do país.

A professora de literatura da Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudete Daflon, corrobora essa visão, defendendo que a academia precisa ouvir mais e aprender com os conhecimentos produzidos fora de seus muros. Ela destaca que o aumento da visibilidade e do espaço ocupado por escritores e artistas indígenas é resultado de uma conquista árdua, e não de uma simples concessão, enfrentando barreiras como a geografia de um país continental para reunir participantes de biomas distantes.

A programação gratuita do Encontro inclui rodas de conversa, apresentações de poesia, oficinas de pintura e atividades infantis e educativas, com foco na formação de professores, além de apresentações musicais. As atividades ocorrem no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, e o encerramento será na Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo. Personalidades como o artista plástico Gustavo Caboco, a advogada Fernanda Kaingang e o escritor Ademário Payayá estão entre os participantes. A coordenação do evento é da professora Claudete Daflon, em parceria com uma coordenação de pesquisa de um museu nacional, e conta com o apoio de diversas instituições federais.

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