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Artesãs do Marajó impulsionam moda com raízes culturais e apoio do Sebrae

Mulheres artesãs da Ilha de Marajó, Pará, resgatam a arte marajoara e a transformam em moda, impulsionando a economia local com o apoio do Sebrae [...]

Empreendedoras da ilha paraense transformam saberes ancestrais em peças de vestuário e acessórios, de olho na COP30 e na valorização local.

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Artesãs da Ilha de Marajó, no Pará, impulsionam a economia local transformando saberes ancestrais em moda, com o apoio do Sebrae e foco na COP30. Em Soure, Dona Cruz, de 77 anos, confecciona trajes marajoaras, enquanto em Salvaterra, Rosilda Angelim, de 56 anos, lidera um ateliê de cerâmica que produz acessórios sustentáveis. Glauciane Pinheiro, de 40 anos, cria roupas com estampas autorais, visando o crescimento com o turismo local. O Sebrae aponta desafios como acesso a equipamentos e capacitação, buscando parcerias e políticas públicas para o desenvolvimento do setor.

Mulheres artesãs da Ilha de Marajó, Pará, resgatam a arte marajoara e a transformam em moda, impulsionando a economia local com o apoio do Sebrae e de olho na COP30.

Mulheres artesãs da Ilha de Marajó, no Pará, veem na moda marajoara uma oportunidade de resgate cultural e impulsionamento econômico. A iniciativa ganha destaque com a proximidade da COP30 em Belém e o apoio de programas de fomento ao empreendedorismo.

Em Soure, Dona Cruz, de 77 anos, dedica-se à confecção de trajes de gala marajoaras. Suas peças, feitas à mão com fitas bordadas inspiradas em cerâmicas indígenas, ganharam notoriedade quando o governador Helder Barbalho as utilizou na Cúpula da Amazônia em 2023. Desde então, a procura cresceu, e a costureira envia seus produtos para diversas cidades do país, incluindo Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os ganhos de Dona Cruz, que variam entre R$ 290 e R$ 410 por peça, são modestos e frequentemente reinvestidos na compra de novos materiais, enquanto a aposentadoria cobre as despesas da casa. Ela recebeu apoio da prefeitura de Soure e do governo do estado com uma máquina de costura industrial, além de orientações do Sebrae através do programa Polo de Moda do Marajó, que a auxiliou em formação de preço e estratégias de venda. No fim de outubro, Dona Cruz compartilhará seus conhecimentos ministrando um curso de camisaria marajoara.

Em Salvaterra, Rosilda Angelim, 56 anos, quilombola, transforma a arte cerâmica ancestral em moda e acessórios contemporâneos. Liderando um ateliê com seis pessoas, ela comercializa suas criações em lojas de Belém e para outras regiões. A sustentabilidade é um pilar de seu trabalho, utilizando tecidos 100% algodão e reaproveitando sobras de material, que são doadas para outras artesãs.

Glauciane Pinheiro, de 40 anos, ex-professora de francês, encontrou na costura um novo caminho após um período de desemprego e dificuldades emocionais. Ela montou sua marca, Mang Marajó, e produz roupas com estampas autorais, vendo no turismo local uma oportunidade de crescimento. Os preparativos para a COP30 já impulsionam o movimento na cidade, atraindo mais visitantes e gerando expectativas de um futuro promissor para o setor.

A esperança de que novembro traga maior visibilidade e mais investimentos públicos para a moda no Marajó é compartilhada pelas empreendedoras. No entanto, a gerente do Sebrae no Marajó, Renata Rodrigues, aponta desafios persistentes, como o acesso limitado a equipamentos modernos, a necessidade de capacitações técnicas contínuas, canais de comercialização e financiamento. Para superar essas barreiras, é crucial fortalecer parcerias institucionais, ampliar o acesso a mercados digitais e físicos, investir em formação empreendedora e garantir políticas públicas que sustentem esse processo de desenvolvimento local com identidade.

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