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Ilha de Marajó busca inovação com centro de estudos do búfalo e valorização da cultura local

A Ilha de Marajó, lar do maior rebanho de búfalos do Brasil, planeja a criação de um Centro de Estudos da Bubalinocultura para impulsionar pesquisa [...]

Projeto inédito visa aprofundar pesquisas sobre genética e manejo do animal, enquanto iniciativas de turismo e gastronomia já impulsionam a economia regional.

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A Ilha de Marajó, que possui o maior rebanho de búfalos do Brasil (650 mil a 800 mil animais), planeja criar um Centro de Estudos da Bubalinocultura para impulsionar a pesquisa sobre genética, manejo e aproveitamento integral do animal. A iniciativa da família Gouvêa, da Fazenda Mironga, busca agregar valor aos produtos derivados do búfalo e otimizar questões sanitárias, enquanto já desenvolve o turismo pedagógico com a "Vivência Mironga". Em Soure, o Café Dona Bila, de Lana Correia, destaca a culinária local com ingredientes como queijo marajoara e carne de búfalo, preparando pratos especiais para a COP30. A produção de derivados do búfalo enfrenta desafios ambientais, com a pecuária sendo responsável por emissões significativas de gases de efeito estufa, um dos focos de estudo do futuro centro.

A Ilha de Marajó, lar do maior rebanho de búfalos do Brasil, planeja a criação de um Centro de Estudos da Bubalinocultura para impulsionar pesquisa e desenvolvimento local.

A família Gouvêa, proprietária da Fazenda e Empório Mironga na Ilha de Marajó, planeja a criação de um Centro de Estudos da Bubalinocultura, uma iniciativa pioneira no país dedicada à pesquisa sobre o búfalo, animal central para a economia e cultura local. Este projeto visa aprofundar conhecimentos em genética, manejo e aproveitamento integral do mamífero, que possui o maior rebanho do Brasil, com estimativas variando entre 650 mil e 800 mil animais na região.

Carlos Augusto Gouvêa, conhecido como Tonga, ressalta a necessidade de mais estudos para agregar valor ao leite, couro e carne do búfalo, além de otimizar questões sanitárias e de manejo. O centro de estudos, que ainda não tem previsão de implementação, pretende envolver diversas áreas do conhecimento, desde veterinária e agronomia até tecnologia de alimentos e turismo, conforme as declarações do fazendeiro.

Enquanto o projeto da universidade não se concretiza, a família Gouvêa já desenvolve a “Vivência Mironga”, um programa de turismo pedagógico iniciado em 2017. Essa atividade permite aos visitantes conhecerem o cotidiano da propriedade, a produção de queijo artesanal de leite de búfala e as práticas agroecológicas. Gabriela Gouvêa, filha de Tonga e presidente da Associação dos Produtores de Leite e Queijo do Marajó (APLQM), destaca que o turismo responde por dois terços da fazenda, tendo registrado um recorde de 400 visitantes em setembro.

A produção de queijo do Marajó, com sua origem secular e técnicas transmitidas entre gerações, passou por um longo processo de legalização. A queijaria da Mironga, por exemplo, foi a primeira a obter inspeção oficial em 2013, e o produto posteriormente recebeu a Indicação Geográfica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A iniciativa contou com o apoio de instituições de fomento ao empreendedorismo para diagnóstico, legalização e organização coletiva.

No município de Soure, o Café Dona Bila se estabeleceu como um ponto de encontro gastronômico. A empreendedora Lana Correia, que iniciou o negócio com delivery em 2023 e abriu seu espaço físico em seguida, combina a culinária nordestina com ingredientes típicos do Pará, como o queijo marajoara e a carne de búfalo. Com dois anos à frente do café, Lana desenvolveu pratos especiais para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro, como o Cuscuz de Murrá, com filé de búfalo.

Apesar da importância cultural e econômica histórica do búfalo na Ilha de Marajó, a produção e o consumo de seus derivados enfrentam desafios ambientais significativos. A pecuária, incluindo os bovinos dos quais o búfalo faz parte, foi responsável por emitir 405 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2023, segundo o levantamento de um sistema de estimativas de emissões. A liberação de gás metano durante a digestão animal é um dos principais pontos a serem estudados pelo futuro Centro de Estudos da Bubalinocultura, alinhando-se aos temas centrais da COP30.

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