O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, encontra-se com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (29), em um momento de crescente pressão interna e isolamento internacional para Israel. A reunião, agendada para as 12h (horário de Brasília), ocorre em um contexto onde Netanyahu busca defender sua estratégia de “terminar o trabalho” contra o Hamas na Faixa de Gaza.
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O encontro surge em meio a um crescente reconhecimento internacional do Estado da Palestina, com diversos países aderindo ao movimento nas últimas semanas. Netanyahu respondeu com um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde reafirmou sua determinação em prosseguir com as operações em Gaza.
A reunião também se segue à apresentação de um plano de 21 pontos por Trump, com o objetivo de pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza. O plano foi discutido com líderes árabes e muçulmanos à margem da Assembleia Geral da ONU, e Trump expressou otimismo em sua plataforma Truth Social, mencionando a oportunidade de “alcançar algo grandioso no Oriente Médio”.
Internamente, Netanyahu enfrenta forte oposição, com milhares de israelenses protestando regularmente nas ruas, exigindo um cessar-fogo e a libertação dos reféns. Manifestantes pedem que Trump use sua influência para mediar o fim do conflito.
O plano de cessar-fogo proposto por Trump inclui um cessar-fogo permanente em Gaza, a libertação dos reféns israelenses, a retirada israelense da região e um futuro governo para Gaza sem a participação do Hamas. No entanto, alguns pontos do plano podem ser controversos para Netanyahu, que depende do apoio da extrema direita em sua coalizão governamental. A participação da Autoridade Palestina na governança futura de Gaza, por exemplo, é um ponto de potencial divergência.
Especialistas apontam que Netanyahu está em uma situação difícil, precisando do apoio dos Estados Unidos, especialmente de Trump, que é visto como um dos poucos aliados restantes. A aceitação do plano, no entanto, pode gerar instabilidade em seu governo, já que ministros da extrema direita ameaçaram deixar a coalizão caso Netanyahu concorde com o envolvimento da Autoridade Palestina ou encerre a guerra sem “destruir” o Hamas.
Outro ponto de debate é a responsabilidade pela segurança na Faixa de Gaza após a retirada israelense e o desarmamento do Hamas. O plano propõe uma força de segurança internacional composta por unidades palestinas e tropas de países árabes e muçulmanos, mas a estrutura de comando e o controle operacional permanecem indefinidos.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de mais de mil israelenses. A ofensiva israelense subsequente causou dezenas de milhares de mortes em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.