PUBLICIDADE

Acordo UE-Mercosul Divide Opiniões e Desperta Temores Econômicos e Ambientais

Após um quarto de século de negociações, a Comissão Europeia formalizou a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o [...]

Após um quarto de século de negociações, a Comissão Europeia formalizou a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, submetendo-a à análise do Parlamento Europeu e dos estados membros. A aprovação, contudo, enfrenta obstáculos significativos, revelando profundas divergências entre os países do bloco europeu.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Resumo rápido gerado automaticamente

Após 25 anos de negociações, a UE formalizou a proposta de acordo com o Mercosul, visando expandir exportações e diversificar mercados, mas enfrenta resistência de países como França e Polônia, que temem impactos negativos na agricultura. Alemanha e Espanha defendem o acordo como forma de mitigar perdas comerciais e acessar minerais cruciais para a transição energética. Ambientalistas e agricultores europeus protestam contra a flexibilização de padrões ambientais e a competição com produtos sul-americanos, o que pode levar ao bloqueio do acordo no Parlamento Europeu. O tratado também gera debates dentro do Mercosul sobre o impacto da concorrência europeia.

Enquanto alguns países da UE vislumbram no acordo uma oportunidade de expandir suas exportações e diversificar parceiros comerciais, reduzindo a dependência de mercados como os Estados Unidos e a China, outros expressam preocupações com os possíveis impactos negativos em setores econômicos sensíveis, particularmente na agricultura.

A Alemanha e a Espanha, por exemplo, são defensoras do acordo, acreditando que ele pode mitigar as perdas comerciais decorrentes de políticas tarifárias globais. A UE busca fortalecer laços comerciais com diversas nações, incluindo Índia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Canadá e Japão. O Mercosul é visto como um mercado promissor para produtos europeus como carros, máquinas e produtos químicos, além de uma fonte de minerais cruciais para a transição energética, como o lítio. Setores agrícolas também poderiam se beneficiar com maior acesso e tarifas reduzidas para queijos, presunto e vinho.

Contrariamente, a França e a Polônia se opõem ao acordo. A França, com sua forte produção agrícola, teme a competição com os grandes exportadores de grãos e alimentos da América do Sul. Agricultores europeus protestam contra a possibilidade de importação de produtos sul-americanos a preços mais baixos, alegando que estes não atendem aos rigorosos padrões de segurança alimentar e ambientais da UE. A Comissão Europeia nega tais alegações.

Grupos ambientalistas europeus também se manifestam contra o acordo, com a Friends of the Earth classificando-o como “destruidor do clima”. Espera-se que o acordo seja bloqueado no Parlamento Europeu, onde partidos de extrema-direita e verdes são críticos, ou pelos governos da UE, que podem não obter a maioria necessária caso Polônia e Itália se juntem à França na oposição.

Mesmo dentro do Mercosul, o tratado gera debates. Apesar do potencial de benefícios, especialistas alertam para o possível impacto da concorrência europeia sobre os países do bloco sul-americano.

Leia mais

Rolar para cima