Produtores de amendoim podem otimizar seus lucros com uma nova tecnologia que mede o teor de óleo dos grãos em aproximadamente um minuto. Desenvolvida em parceria com a Embrapa Instrumentação, a tecnologia de Ressonância Magnética Specfit, criada pela Fine Instrument Technology (FIT), permite a análise rápida de matérias-primas e alimentos processados, sem danificar a amostra ou gerar resíduos químicos.
Segundo Daniel Consalter, CEO da startup, a ferramenta possibilita aos produtores atenderem às exigências de compradores que buscam sementes com alto teor oleico, valorizadas por aumentarem a vida útil do produto e possuírem propriedades antioxidantes. A tecnologia surge em um momento de pressão sobre os preços do amendoim devido à alta oferta.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
A safra recente, colhida em maio, não atingiu as expectativas, com o preço da saca de 25 kg abaixo de R$ 80, tornando a análise da qualidade ainda mais crucial. Consalter enfatiza que, sem a mensuração precisa, os produtores perdem oportunidades de negociação. “Precisamos gerar uma cultura de análise entre os produtores. Muitos comercializam o produto no escuro”, afirma.
A seleção de sementes de qualidade, com níveis ideais de óleo e umidade, é essencial para atender aos padrões internacionais (ISO e AOCS) e impulsionar as exportações brasileiras. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) projeta que o Brasil se consolidará em breve entre os maiores exportadores mundiais de amendoim. O país possui grande potencial de expansão de área cultivada, clima favorável e tecnologia produtiva, com constante melhoria na qualidade dos grãos.
A produção de amendoim no Brasil cresceu significativamente nos últimos dez anos, saltando de 347 mil toneladas na safra 2014/15 para 1,18 milhão de toneladas em 2024/25. Desse montante, cerca de 75% são destinados ao mercado externo.
Consalter ressalta que a tecnologia proporciona uma análise objetiva, fundamentando as negociações e aumentando a competitividade do amendoim brasileiro. “O acesso à tecnologia era um dos grandes impasses para o setor. Mas hoje isso já está resolvido através dos equipamentos nacionais acessíveis e dos serviços oferecidos ao mercado”, conclui.
