A Faixa de Gaza enfrenta uma situação de fome generalizada, conforme anúncio feito por uma das principais autoridades mundiais em crises alimentares. Este é o primeiro caso de fome declarada no Oriente Médio, com indícios de que essa condição foi provocada por ações de Israel.
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O governo israelense rejeitou veementemente o relatório, classificando-o como “falso e distorcido” e negando a existência de fome generalizada em Gaza.
A área mais afetada é a Cidade de Gaza, o maior centro urbano do território palestino e palco de uma nova operação terrestre do Exército israelense. A Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) alerta que a situação pode se deteriorar e se espalhar para outras regiões nos próximos meses, caso não haja mudanças significativas.
De acordo com o IPC, aproximadamente 132 mil crianças menores de cinco anos correm risco de morte devido à desnutrição aguda, um número que dobrou desde maio e inclui mais de 41 mil casos graves. A ONU contabiliza mais de 200 mortes por inanição em Gaza desde o início do conflito.
Um representante da ONU para Assuntos Humanitários declarou que o relatório do IPC é uma prova inegável de uma fome evitável, causada pela “obstrução sistemática israelense” à entrada de ajuda humanitária em grande escala em Gaza, com toneladas de alimentos retidos na fronteira.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores israelense acusou o IPC de fabricar um relatório para servir à campanha do Hamas, alegando que a organização mente para difamar Israel. O ministério afirma que mais de 100 mil caminhões de ajuda humanitária entraram em Gaza desde o início da guerra, com uma média de 146 por dia, embora esse número esteja abaixo da quantidade mínima recomendada pela ONU.
Organizações humanitárias vinham alertando há meses sobre as restrições impostas por Israel à entrada de alimentos e outros suprimentos em Gaza, juntamente com a ofensiva militar, que estariam agravando a crise humanitária e causando níveis elevados de fome, especialmente entre crianças.
Em paralelo, o Exército israelense iniciou os “primeiros estágios” da tomada da Cidade de Gaza, intensificando a ofensiva com tanques, soldados e bombardeios. A ação faz parte de um plano para capturar todo o território palestino. O governo israelense ordenou ao Exército que “reduza os prazos” para assumir o controle de redutos do Hamas.