Em Campo Grande, a Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua diariamente na proteção de mulheres vítimas de violência doméstica, combinando agilidade no atendimento, acompanhamento contínuo e atenção individualizada. Uma simulação recente de fiscalização ilustrou a rotina da equipe, onde uma servidora representou uma vítima para testar a prontidão e eficácia da abordagem.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
A equipe, composta por uma guarda municipal e dois guardas civis, deslocou-se até o endereço simulado para verificar o cumprimento da medida protetiva. Segundo a comandante da Patrulha, Nelis Vieira Ribeiro, essa prática constante garante que os agentes estejam preparados para situações reais, priorizando a segurança e o tratamento humanizado das vítimas.
Desde janeiro, a Patrulha Maria da Penha já realizou mais de 5 mil atendimentos, incluindo emergências e fiscalizações. A comandante Ribeiro enfatiza que o foco principal é a segurança da mulher, atuando tanto na fiscalização das medidas protetivas quanto na proteção das residências e no acompanhamento contínuo das vítimas.
As medidas protetivas são recebidas do Judiciário por meio eletrônico e distribuídas entre as diversas regiões da cidade. Atualmente, a unidade conta com 32 agentes, sendo 10 mulheres, e opera com três viaturas, duas delas em regime de 24 horas, que se deslocam até a residência ou local de trabalho da vítima. Em casos de mudança de endereço ou situação de risco, a equipe realiza buscas imediatas e oferece atendimento através do número 153.
Além da fiscalização, a Patrulha Maria da Penha oferece serviços como recondução ao lar e retirada de pertences. A equipe orienta sobre a troca de fechaduras, realiza rondas no entorno e garante que a mulher possa retornar à sua casa com segurança. Em muitos casos, as vítimas precisam resgatar filhos, documentos e roupas. A Patrulha as acompanha, recolhe seus pertences e as encaminha para a Casa da Mulher Brasileira ou para familiares. Quando o risco é elevado, as vítimas podem ser encaminhadas para a Casa Abrigo, onde permanecem por até seis meses com os filhos, recebendo alimentação, cursos e atendimento especializado.
Campo Grande é dividida em sete regiões e dois distritos, atendidos pelas três equipes da patrulha. Cada equipe cobre uma ou duas regiões, dependendo da extensão territorial e do número de denúncias. Um sistema de georreferenciamento permite que as viaturas mais próximas cheguem ao local em menos de três minutos, assegurando rapidez e eficiência no atendimento.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) revelam que, em 2025, Mato Grosso do Sul registrou 23 casos de feminicídio, sendo quatro em Campo Grande. No contexto da violência doméstica, o estado contabilizou 12.873 ocorrências, com 4.663 registradas na capital.
O mês de agosto é dedicado à conscientização sobre a violência contra a mulher, reforçando a importância da denúncia, da proteção às vítimas e da valorização de iniciativas como a Patrulha Maria da Penha, que desempenha um papel crucial na prevenção e no acompanhamento das mulheres em situação de risco.