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Médicos Cubanos no Brasil: Programa Mais Médicos Sob Ataque e em Números

O programa Mais Médicos, crucial para levar assistência à saúde básica a mais de 4 mil municípios brasileiros, enfrenta nova polêmica após o ataque dos [...]

O programa Mais Médicos, crucial para levar assistência à saúde básica a mais de 4 mil municípios brasileiros, enfrenta nova polêmica após o ataque dos Estados Unidos (EUA). Desde sua criação em 2013, o programa já beneficiou mais de 66,6 milhões de pessoas, conforme dados do Ministério da Saúde (MS).

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O programa Mais Médicos, que beneficiou mais de 66,6 milhões de brasileiros em mais de 4 mil municípios desde 2013, está sob nova polêmica após ataque dos EUA. A iniciativa, que contou com a participação de médicos cubanos, reduziu o déficit de acesso à atenção primária em cerca de 56% e aumentou a cobertura de saúde básica de 10,8% para 24,6% nos primeiros meses. A revogação de vistos por parte dos EUA, sob alegação de trabalho forçado, reacende o debate sobre a cooperação entre Brasil e Cuba, enquanto pesquisa da UFMG e Ipespe aponta 95% de satisfação entre os pacientes do programa. Rômulo Paes, da Abrasco, defende o programa e a colaboração cubana, ressaltando a priorização da contratação de médicos brasileiros.

Embora a participação de médicos cubanos tenha diminuído ao longo dos anos, eles representaram uma parcela significativa do programa, especialmente em seus primeiros anos. Atualmente, correspondem a 10% dos mais de 26 mil profissionais atuantes. Cuba, reconhecida por seus altos índices de saúde pública, mantém 24 mil médicos em 56 países.

Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Rômulo Paes, considera o programa um sucesso, ressaltando a importância da colaboração cubana, particularmente no início. Ele aponta para uma redução de cerca de 56% no déficit de acesso à atenção primária em diversos municípios brasileiros, além da melhoria na relação médico-paciente, na continuidade de tratamentos e na redução da hospitalização por causas evitáveis.

Nos primeiros meses do Mais Médicos, a cobertura de atenção básica de saúde aumentou de 10,8% para 24,6% da população, setor onde se concentram cerca de 80% dos problemas de saúde.

A recente revogação de vistos por parte do Departamento de Estado dos EUA, atingindo funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), reacende o debate. A justificativa é a alegação de cumplicidade com o trabalho forçado do governo cubano através do programa Mais Médicos, cooperação essa que ocorreu entre 2013 e 2018.

Paes argumenta que a ação dos EUA está ligada a objetivos de política externa, mencionando que Cuba já possuía cooperações similares com mais de 100 países, incluindo Ucrânia, Rússia, Portugal e Espanha. Ele também destaca que Cuba apresenta melhores indicadores de saúde do que os EUA em diversas áreas, apesar de ser um país mais pobre.

O programa priorizou a contratação de médicos brasileiros, convocando profissionais estrangeiros, incluindo cubanos, apenas quando as vagas não eram preenchidas por brasileiros, especialmente em municípios e localidades com menor assistência à saúde.

Pesquisas revelam alta aprovação do programa entre a população. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) indicou que 95% dos pacientes atendidos estavam satisfeitos, atribuindo uma nota média de 8,4 em 10.

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