A Bolívia se prepara para eleições gerais em 17 de agosto, marcadas por uma divisão na esquerda e o crescimento da direita nas pesquisas de intenção de voto. O cenário político se desenha após 19 anos de governos liderados pelo Movimento ao Socialismo (MAS), partido no poder desde 2006.
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O empresário Samuel Medina surge como um dos favoritos na corrida presidencial. Andrónico Rodríguez, ex-aliado do ex-presidente Evo Morales e atual presidente do Senado, não tem alcançado dois dígitos nas sondagens. Além de eleger presidente e vice-presidente, a população boliviana escolherá 130 deputados e 36 senadores.
A divisão dentro do MAS, intensificada pela decisão de Morales de defender o voto nulo, pode representar o fim de um ciclo de governos de esquerda no país. O presidente Luis Arce, cujo governo tem enfrentado críticas e desafios econômicos, optou por não concorrer à reeleição. Em seu lugar, o MAS indicou Eduardo De Castillo, que registra cerca de 2% nas pesquisas.
A ex-aliada do MAS, Eva Copa, que havia se lançado na disputa com um novo partido, Morena, desistiu da campanha. Andrónico Rodríguez, apontado como possível alternativa à esquerda, também tem perdido terreno nas pesquisas, caindo de cerca de 14% para aproximadamente 6%.
Neste contexto, a direita ganha força. Pesquisas indicam que os candidatos Samuel Medina e Jorge “Tuto” Quiroga somariam cerca de 47% dos votos. Para vencer no primeiro turno, é necessário obter 50% dos votos mais um, ou 40% com uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Caso contrário, a eleição será decidida em um segundo turno inédito, previsto para 19 de outubro.
Samuel Medina, um empresário que já concorreu à presidência anteriormente, e ‘Tuto’ Quiroga, ex-ministro e vice-presidente, representam a direita tradicional boliviana.
Analistas apontam que a insistência de Evo Morales em se manter como figura central do MAS contribuiu para a fragmentação do partido. O novo governo enfrentará o desafio de lidar com a nova institucionalidade do Estado Plurinacional, estabelecida em 2009, que reconhece a diversidade étnica do país. A capacidade do novo governo de modificar ou consolidar esse modelo institucional dependerá de sua habilidade em construir alianças políticas.