A construtora LCM Construção e Comércio S.A., sob investigação da Polícia Federal por suspeitas de fraudes em licitações, mantém pelo menos seis contratos firmados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para obras em rodovias federais de Mato Grosso do Sul. Os contratos, celebrados entre 2021 e 2024, totalizam mais de R$ 224 milhões e abrangem a manutenção de aproximadamente 695 quilômetros de estradas.
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A Polícia Federal deflagrou uma operação, cumprindo mandados de busca e apreensão em . Três carros de luxo, 13 obras de arte, relógios de grife, joias, além de armas e munições foram apreendidos em imóveis ligados aos investigados na cidade de Nova Lima (MG).
Luiz Otávio Fontes Junqueira, diretor-presidente da LCM, é apontado pela Polícia Federal como beneficiário de um esquema de direcionamento de licitações, lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas. Ele é suspeito de formalizar a participação da empresa em processos licitatórios manipulados, assinar contratos administrativos e coordenar saques fracionados que somam R$ 680 mil.
No estado do Mato Grosso do Sul, a LCM é responsável por serviços em trechos das rodovias 163, 267, 158, 262, 419, 463 e 487. Os contratos incluem obras de conservação, recuperação de pistas e eliminação de pontos críticos. O contrato mais recente, publicado em junho no Diário Oficial da União, destina R$ 46,7 milhões para a manutenção de 300 km das BRs-158 e 262, dentro do programa BR-Legal 2 do Ministério dos Transportes.
A LCM também é responsável pela travessia urbana da BR-463 em Dourados, a ligação da BR-419 entre Rio Verde e Jardim, e segmentos da BR-267 que ligam Guia Lopes da Laguna até a fronteira com o Paraguai.
A investigação da Polícia Federal também apura a existência de uma organização criminosa atuando na Superintendência Regional do DNIT no Amapá, responsável por simular concorrência em pelo menos quatro pregões eletrônicos, que somam mais de R$ 60 milhões. Os processos licitatórios eram montados com cláusulas restritivas e propostas fictícias para direcionar os contratos. Servidores públicos também são investigados por omitir irregularidades. A Justiça determinou o afastamento do superintendente e de uma servidora por dez dias, além do bloqueio de R$ 8 milhões dos investigados.