O Brasil registrou um recorde de 1.768 ocorrências de conflitos por terra em 2024, o maior número em dez anos, desde o início da série histórica em 2015. De acordo com dados, mais de 95% dessas ocorrências são caracterizadas como violências contra a ocupação e a posse de terras.
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O levantamento aponta para o envolvimento de 904.532 pessoas nos conflitos. Em comparação com 2015, o aumento geral da violência é superior a 93%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (23).
Tipos de Violência e Regiões Afetadas
A maior parte dos conflitos (1.680) envolve violências contra a ocupação e a posse, incluindo despejos e expulsões, ameaças de despejos, destruição de casas, roças e pertences, pistolagem, grilagem e invasões.
O Maranhão lidera o ranking dos estados com o maior número de conflitos por terra (363), seguido pelo Pará (234), Bahia (135), Rondônia (119) e Amazonas (117). São Paulo ocupa a 17ª posição.
Aumento e Diminuição de Tipos Específicos de Violência
Embora tenha havido uma diminuição geral nas ocorrências de expulsão, despejo judicial, ameaça de despejo, pistolagem, grilagem, invasão e destruição de pertences, outros tipos de violência registraram aumento.
As ameaças de expulsão aumentaram de 98 para 245 (um aumento de 150%), o desmatamento ilegal subiu de 150 para 209 (crescimento de 39%), e os incêndios saltaram de 91 para 194 (um aumento de 113%). A contaminação por agrotóxicos também apresentou alta.
Agentes Causadores e Vítimas
Fazendeiros são apontados como os principais agentes causadores da violência por terra, respondendo por 44% dos casos. Eles também são os principais responsáveis pelos casos de incêndios (47%) e desmatamento ilegal (38%). Grileiros, empresários e madeireiros também figuram entre os maiores causadores de conflitos.
Os povos indígenas continuam sendo os que mais sofrem com a violência, representando 29% dos registros (481). Em seguida, estão os posseiros (425) e os quilombolas (221).
Fonte: cnnbrasil.com.br