O recente anúncio de tarifas de importação pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acendeu um alerta no setor de hortifrúti brasileiro. A medida, que afeta produtos de 185 países, pode reconfigurar o cenário do comércio internacional de frutas, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
De acordo com pesquisadores do Cepea, a elevação dos custos para entrada de frutas nos EUA pode prejudicar as exportações brasileiras, especialmente de uva e manga. O Brasil já possui um volume pequeno de comércio com os norte-americanos desses produtos e a medida pode diminuir ainda mais.
A preocupação se estende à possibilidade de uma intensificação da concorrência no mercado europeu. Com o encarecimento das exportações para os EUA, países como o México, importantes fornecedores de frutas para o mercado americano, podem redirecionar suas vendas para a União Europeia, aumentando a pressão sobre os exportadores brasileiros.
Os pesquisadores do Cepea sugerem uma análise cuidadosa das tarifas aplicadas a outros grandes exportadores de frutas para os EUA, como Chile, Peru e África do Sul, para entender a dimensão do impacto. “Se houver taxas de importação já acordadas antes do tarifaço de 2 de abril, vão se somar a essa nova tarifa”, apontam os pesquisadores, ressaltando a falta de clareza sobre o tratamento específico para as frutas.
Dados do Comex Stat revelam que, em 2024, 14% das exportações brasileiras de manga (258 mil toneladas) e 23% das de uva (59 mil toneladas) tiveram como destino os EUA. No total, apenas 6% das exportações de frutas de mesa do Brasil foram enviadas aos norte-americanos. O Senado Federal aprovou um projeto que autoriza o governo a retaliar países que imponham barreiras comerciais a produtos brasileiros.
Fonte: http://g1.globo.com