A proposta de reforma do Imposto de Renda (IR) do governo federal acendeu o sinal de alerta nas prefeituras de todo o país. Entidades representativas dos municípios estimam que as mudanças na tributação podem resultar em uma perda de arrecadação de até R$ 11,8 bilhões anuais para as administrações locais.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
Clique no botão abaixo para gerar um resumo desta notícia usando inteligência artificial.
Gerar ResumoO cerne da preocupação reside na ampliação da faixa de isenção do IR para pessoas físicas, prevista para atingir R$ 5 mil a partir de 2026. A medida, embora benéfica para os trabalhadores, impactaria diretamente a arrecadação do imposto retido na fonte dos servidores municipais e, consequentemente, os repasses constitucionais.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) detalha que a projeção de perda se divide em duas frentes: uma redução de 15% na arrecadação própria do imposto, equivalente a R$ 4,9 bilhões ao ano, e uma queda de 3% no repasse ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), representando um impacto negativo de R$ 6,9 bilhões nos cofres locais.
Em contrapartida, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, minimiza o impacto negativo da reforma para estados e municípios. Durante debate na Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), o secretário estimou uma perda anual inferior a R$ 5 bilhões para todos os entes federativos.
Barreirinhas argumenta que, apesar das perdas pontuais com a reforma do IR, estados e municípios já se beneficiaram do aumento de arrecadação proveniente de medidas recentes, como a tributação de “offshores” e fundos fechados de investimentos. O secretário mencionou que a tributação de “offshores” gerou R$ 20 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões foram destinados aos estados e municípios.
A controvérsia em torno dos números e a divergência de opiniões entre o governo federal e as entidades municipais indicam que o debate sobre a reforma do Imposto de Renda ainda promete render discussões acaloradas e negociações complexas nos próximos meses.
Fonte: g1.globo.com