O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), formalizou uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a prisão preventiva e inclusão do nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de foragidos internacionais da Interpol. O pedido inclui investigações sobre a origem de doações recebidas via Pix e a apuração de possível crime contra a soberania nacional, em razão de articulações políticas externas.
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A iniciativa do parlamentar surge após Zambelli declarar que se mudou para a Europa devido a “pressão judicial” e “perseguição política”. Em maio, a deputada foi condenada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e perda do mandato, por envolvimento na invasão de sistemas do Poder Judiciário e emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto.
Lindbergh Farias já havia feito uma solicitação semelhante à PGR na semana anterior, direcionada ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), argumentando que sua atuação nos Estados Unidos atenta contra a soberania nacional e requer a abertura de um inquérito criminal. Zambelli citou a atuação de Eduardo Bolsonaro ao anunciar sua saída do país.
O documento enviado à PGR por Lindbergh Farias argumenta que “A fuga internacional de Carla Zambelli não deve ser analisada de forma isolada ou desvinculada do seu histórico de ataques sistemáticos às instituições democráticas brasileiras. Sua conduta integra uma estratégia mais ampla, coordenada com figuras como Eduardo Bolsonaro, com o objetivo de internacionalizar a narrativa de deslegitimação do Judiciário brasileiro.”
O requerimento também pede o cancelamento do passaporte diplomático da deputada, a retenção de seu passaporte comum e que a Mesa Diretora da Câmara seja informada sobre os desdobramentos processuais, dada a necessidade de autorização para uma eventual prisão.
A PGR informou que está analisando possíveis medidas em relação à mudança de Zambelli para o exterior. A Procuradoria avalia se a atitude da deputada condenada configura uma tentativa de fuga da execução da pena imposta pela Justiça. Caso essa hipótese se confirme, a PGR poderá solicitar providências ao STF, incluindo a prisão da parlamentar.