Um Boeing 747-8 luxuoso, pertencente ao governo do Catar, despertou o interesse do então presidente Donald Trump, levando a discussões sobre a ética de aceitar presentes de governos estrangeiros. A informação foi divulgada pelo jornal “The New York Times” em uma reportagem que detalha os bastidores da negociação.
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Segundo a publicação, o avião foi enviado à Flórida em 15 de fevereiro de 2025, exclusivamente para que Trump pudesse conhecer seus interiores suntuosos. A visita resultou em uma oferta de “doação” da aeronave por parte do Catar. Anteriormente, Trump demonstrava interesse em forçar a Boeing a construir seu avião presidencial nos Estados Unidos.
O jornal revelou que o Catar gastou US$ 1 milhão apenas para transportar o avião até a Flórida. Imagens de um folheto de propaganda, mostrando os luxuosos salões da aeronave, também foram divulgadas.
A possibilidade de Trump aceitar a aeronave, avaliada em US$ 400 milhões, como uma doação da família real do Catar ao Departamento de Defesa dos EUA gerou polêmica. Trump desejava transferir o avião para seu acervo pessoal após deixar o cargo, o que levanta questões éticas e legais, já que a lei americana restringe o recebimento de presentes estrangeiros sem o consentimento do Congresso.
Críticos e opositores questionam os motivos do Catar em fazer uma doação tão valiosa. O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, minimizou a controvérsia, afirmando que a oferta era “algo normal que acontece entre aliados”.
O Boeing 747-8, modelo que atraiu Trump, poderia substituir o atual Air Force One, um Boeing 747-200B em uso desde o governo George W. Bush. O modelo 747-8, de acordo com a Boeing, tem capacidade para acomodar de 400 a 500 passageiros. Em 2018, o emir do Catar doou outro Boeing 747-8 à Turquia.
Especulações sobre as adaptações necessárias para transformar a aeronave em um avião presidencial também surgiram. Durante um voo de volta a Washington, Trump e seus aliados discutiram a possibilidade de ajustes rápidos, como uma nova pintura, para colocar o avião em uso em menos de um ano. As mudanças incluiriam a instalação de escritórios, quartos e um centro de comunicações.