O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, expressou nesta terça-feira (20) ceticismo quanto ao sucesso das negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano. Segundo a mídia estatal, Khamenei classificou as exigências americanas para que o Irã se abstenha de enriquecer urânio como “excessivas e absurdas”.
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“Não acredito que as negociações nucleares com os EUA trarão resultados. Não sei o que vai acontecer”, declarou o aiatolá, enfatizando que Washington deve evitar fazer exigências irrazoáveis durante as conversas.
As negociações entre Irã e EUA sobre o programa nuclear enfrentam dificuldades, com divergências persistentes sobre o enriquecimento de urânio. O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht-Ravanchi, já havia advertido que as negociações fracassarão se os EUA insistirem no abandono do enriquecimento doméstico de urânio, o que Washington teme ser um caminho para armas nucleares. Teerã, por outro lado, insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reiterou nesta terça-feira que o Irã não cederá a pressões externas e manterá seus esforços na tecnologia nuclear para áreas como saúde, agricultura e indústria, conforme reportado pela agência estatal Irna.
Paralelamente, o vice-ministro iraniano, Kazem Gharibabadi, informou que Teerã recebeu e está analisando uma proposta dos Estados Unidos. Anteriormente, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, havia alertado o Irã para “agir rapidamente ou algo ruim acontecerá”, reiterando a ameaça de bombardeio e sanções severas caso não se chegue a um acordo.
Trump retirou os EUA do acordo nuclear de 2015, que impunha limites ao enriquecimento de urânio em troca do alívio de sanções. O ex-presidente considerava o acordo desfavorável ao Irã e restabeleceu sanções econômicas, levando a República Islâmica a intensificar seu programa de enriquecimento.
A quarta rodada de negociações entre Irã e EUA, concluída em 11 de maio, foi descrita como “difícil, mas útil”. O Irã busca o fim das sanções e garantias de poder continuar enriquecendo urânio, enquanto os EUA exigem o compromisso de não desenvolver armas nucleares.
As negociações, mediadas por Omã, foram retomadas em abril após anos de tensões e desconfianças mútuas. A ONU afirma que o Irã está próximo de desenvolver armas nucleares, alegação negada pelo governo iraniano.