A crise humanitária na Faixa de Gaza atinge níveis alarmantes, com o ministro da Saúde palestino, Majed Abu Ramadan, relatando nesta quinta-feira (22) a morte de 29 crianças por inanição nos últimos dias. A declaração do ministro destaca a gravidade da situação, com milhares de outras crianças em risco de vida devido à escassez de alimentos.
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O cenário se agrava em meio a relatos da ONU sobre a insuficiência da ajuda humanitária que chega ao território, mesmo após Israel ter anunciado a liberação do envio de alimentos. Organizações que atuam na região confirmam a dificuldade de acesso à comida para a população.
A ONU já havia alertado, na terça-feira (20), sobre a possibilidade de 14 mil bebês morrerem em 48 horas caso a ajuda emergencial não chegasse a Gaza. Questionado sobre a declaração, Ramadan afirmou que o número de 14 mil poderia ser realista e até subestimado.
Desde o início de março, bloqueios têm dificultado a entrada de ajuda humanitária. Somente na segunda-feira (19), após mais de dois meses, um comboio com alimentos e remédios conseguiu entrar em Gaza, mas com quantidade reduzida de suprimentos.
Na quarta-feira (21), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou um plano para a entrega de ajuda humanitária em Gaza, que inclui o envio imediato de alimentos, a abertura de pontos de distribuição por empresas dos EUA sob proteção de soldados israelenses, e a criação de uma zona livre no sul de Gaza para onde civis palestinos seriam deslocados. Netanyahu também reiterou que pretende ter controle total da Faixa de Gaza e que os civis palestinos serão deslocados de zonas de combate para o sul do território, alegando que o Hamas saqueia caminhões de ajuda. Ele estabeleceu ainda que o fim do conflito só ocorrerá com a libertação de todos os reféns e a saída do Hamas do controle de Gaza.