A Federação Paraguaia de Futebol (FPF) enviou uma carta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) exigindo punições para atos de racismo supostamente ocorridos durante a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño. O documento formaliza a denúncia feita pelo jogador Angel Romero, que alega ter sido alvo de ataques racistas no Brasil.
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Na carta, a FPF solicita à CBF a identificação e punição dos responsáveis pelos atos discriminatórios. A entidade paraguaia espera que a CBF tome medidas rigorosas para combater o racismo no futebol.
Confira a carta na íntegra:
“A Associação Paraguaia de Futebol (APF), juntamente com os clubes paraguaios da Primeira Divisão, condenam veementemente os atos de racismo sofridos por torcedores e jogadores do Club Cerro Porteño durante a partida contra a Sociedade Esportiva Palmeiras, na última quarta-feira, 9 de abril, no Allianz Parque, em São Paulo, às 21h30.
O ocorrido horas antes do encontro, onde houve incitação à violência, nos deixou em alerta e pedimos ajuda ao Consulado Paraguaio naquele país. Como líderes, devemos ser consistentes e pedir aos nossos fãs que não incitem violência, racismo ou discriminação. Consideramos absolutamente inaceitável que esses eventos continuem ocorrendo no futebol.
Por isso, solicitamos que sejam aplicadas as mais severas e exemplares sanções ao Clube Palmeiras por esses atos de racismo que atentam contra os valores do esporte. Como mencionado, esses atos são considerados crimes no Brasil, e esperamos que esse criminoso seja identificado e receba as penas mais severas.
Apoiamos totalmente o trabalho realizado pela Conmebol por meio da iniciativa da Força-Tarefa, uma equipe dedicada exclusivamente a desenvolver e implementar estratégias para erradicar o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano, sabendo que esses fenômenos sociais são prejudiciais ao nosso esporte e que devemos fazer parte da solução.
Os clubes paraguaios reafirmam seu compromisso com o combate ao racismo, à discriminação e à violência, promovendo um futebol inclusivo, respeitoso e livre de toda forma de intolerância. Não aceitaremos nenhum ato discriminatório, seja em campo ou nas arquibancadas.
Nossos jogadores têm expressado repetidamente sua reprovação a atos racistas no futebol brasileiro. No entanto, a reclamação do jogador paraguaio Angel Romero não gerou o mesmo nível de condenação que o ataque reprovável sofrido pelo jogador Luighi.
Não podemos fechar os olhos para uma situação e reagir com firmeza para outra: o racismo deve ser sempre medido pelos mesmos valores de justiça. Não é uma questão de futebol, mas sim um problema que o afeta profundamente. Presidente Ednaldo, sabemos que o senhor é um lutador ferrenho contra a discriminação, e é por isso que convido o senhor e todo o futebol brasileiro a trabalharem juntos para erradicá-la e termos um futebol sul-americano mais unido.”
Fonte: ge.globo.com