Centenas de apoiadores saudaram o embaixador sul-africano Ebrahim Rasool em sua chegada à Cidade do Cabo neste domingo (23), após sua expulsão dos Estados Unidos. O diplomata havia sido declarado *”persona non grata”* pelo governo americano na sexta-feira (14), recebendo um prazo de 72 horas para deixar o país.
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Gerar ResumoA expulsão ocorreu em meio a alegações de críticas de Rasool ao presidente americano Donald Trump. No Aeroporto Internacional da Cidade do Cabo, uma multidão aguardava Rasool e sua esposa, Rosieda, que precisaram de escolta policial para se locomover.
“Uma declaração de *persona non grata* tem o objetivo de humilhar vocês”, disse Rasool a seus apoiadores, segundo a AP. “Mas quando vocês retornam a multidões como essa, e com calor… como essa, então eu usarei minha *persona non grata* como um distintivo de dignidade.” Ele também afirmou: “Não foi nossa escolha voltar para casa, mas voltamos sem arrependimentos”.
Rasool enfatizou a importância de a África do Sul consertar seu relacionamento com os EUA, após acusações de Trump de postura antiamericana. “Não viemos aqui para dizer que somos antiamericanos”, declarou. “Não estamos aqui para pedir que vocês joguem fora nossos interesses com os Estados Unidos”.
O embaixador também reiterou que a África do Sul resistirá à pressão dos EUA — e de qualquer outro — para abandonar seu caso na Corte Internacional de Justiça acusando Israel de genocídio contra palestinos em Gaza. *Segundo a AP*, o governo Trump usou este caso contra Israel, um aliado dos EUA, como uma das justificativas para alegar que a África do Sul é antiamericana.
O secretário de Estado, Marco Rubio, ao anunciar a expulsão, compartilhou um artigo do site Breitbart, que alega que o embaixador sul-africano afirmou que o presidente dos Estados Unidos está liderando um movimento de supremacia branca. Rubio também acusou Rasool de ser um “político racista que odeia os Estados Unidos e Donald Trump” na rede social X.
A presidência sul-africana classificou a expulsão como “lamentável”, e o ministro das Relações Exteriores a descreveu como “sem precedentes” em uma entrevista à SABC, enfatizando que, em relações diplomáticas normais, o embaixador deveria ter sido abordado para explicar seus comentários.
A tensão entre os países aumentou quando Trump cortou a assistência financeira à África do Sul, alegando discriminação contra brancos em relação à reforma agrária. Elon Musk, nascido na África do Sul e próximo de Trump, expressou preocupações sobre “leis racistas de propriedade” que afetam os sul-africanos brancos.
Fonte: g1.globo.com