A Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro desmantelaram um esquema de produção e distribuição de drogas sintéticas em larga escala, liderado por Vinícius da Silva Melo Abade, de 34 anos. Abade foi preso nesta semana, juntamente com outras oito pessoas, durante operação que apreendeu sete carros de luxo, diversos insumos químicos e entorpecentes. Outras 16 pessoas seguem foragidas.
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De acordo com as investigações, a organização criminosa, denominada Cartel Brasil, operava em comunidades como os complexos do Alemão e da Penha, com a conivência do Comando Vermelho, que recebia parte da produção em troca de proteção. O delegado federal Samuel Escobar afirmou que o grupo possuía um logotipo e ambicionava “dominar o mercado da droga sintética no país”.
A investigação revelou que a quadrilha possuía laboratórios clandestinos improvisados em favelas e até em fundos de quintal, sem qualquer controle sanitário. A produção incluía ecstasy, MDMA e MDA, com estimativas de que a compra de insumos permitia a fabricação de até 4 milhões de comprimidos. As fórmulas das drogas eram obtidas online, mesmo sem que o chefe da quadrilha tivesse formação em química.
As drogas eram distribuídas nacionalmente, vendidas pela internet e enviadas por “mulas” para diversos estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Acre, Rondônia e Roraima. A organização criminosa utilizava empresas de fachada, como uma perfumaria registrada em nome de terceiros, para adquirir produtos químicos como cafeína e efedrina, utilizados na fabricação das drogas. Parte dos lucros era lavada por meio de barbearias, perfumarias e exibição de luxo nas redes sociais.
A investigação também apurou o uso de menores dentro dos laboratórios. Segundo a perícia, os comprimidos eram feitos com substâncias imprevisíveis, como cetamina e fentanil, aumentando o risco de overdose ou morte. Durante a operação, foram apreendidos R$ 50 milhões em bens e solicitado o sequestro judicial dos ativos da quadrilha. Os produtos da Cartel Brasil eram marcados com um logotipo próprio, visando criar uma “marca” no mercado ilegal.