A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU, divulgou um alerta nesta quarta-feira (28) sobre a alta probabilidade, estimada em 70%, de que a temperatura média global exceda em 1,5°C os níveis pré-industriais (1850-1900) no período entre 2025 e 2029. O relatório, elaborado com base em previsões de 10 centros internacionais, indica que o planeta continua em um curso de aquecimento sem precedentes, seguindo os anos de 2023 e 2024, já considerados os mais quentes da história.
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Ko Barrett, secretária-geral adjunta da OMM, ressaltou que os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados, e o novo relatório não aponta para uma mudança nessa tendência. O aumento de 1,5°C é um limite crítico estabelecido no Acordo de Paris de 2015, visando conter os impactos mais severos das mudanças climáticas. No entanto, muitos cientistas do clima consideram essa meta cada vez mais difícil de alcançar, diante da persistência das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), principal gás de efeito estufa proveniente da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.
Cálculos apontam para um aquecimento médio de 1,44°C no período de 2015 a 2034. Embora a OMM considere “excepcionalmente improvável”, existe uma pequena chance (1%) de que pelo menos um dos próximos cinco anos ultrapasse 2°C de aquecimento. Adam Scaife, do Serviço Meteorológico do Reino Unido, destaca que, embora pareça chocante, essa possibilidade já era considerada plausível.
A OMM também prevê que o aquecimento no Ártico continuará superando a média global nos próximos anos, com redução na concentração de gelo marinho em diversas áreas. Além disso, espera-se que o sul da Ásia registre precipitações acima do normal, enquanto a bacia Amazônica poderá enfrentar condições mais secas.
