Manifestantes israelenses que se opõem à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza reuniram-se perto da passagem de Kerem Shalom, na fronteira com Israel, nesta quarta-feira (21), tentando impedir a passagem de caminhões com suprimentos da ONU. Os manifestantes exibiam cartazes e bandeiras, alegando que a ajuda estaria indo diretamente para o Hamas. A polícia interveio, removendo o grupo e prendendo alguns dos manifestantes.
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Simultaneamente, um grupo de manifestantes pró-ajuda também compareceu ao local, com o objetivo de auxiliar na liberação da estrada e garantir que os caminhões pudessem seguir em direção a Gaza. Houve confrontos verbais entre os dois grupos. Um dos manifestantes pró-ajuda afirmou que o objetivo era impedir que a extrema direita bloqueasse a ajuda, destacando a situação precária em Gaza e a necessidade de garantir que a ajuda chegasse à população necessitada, incluindo os reféns.
O Papa Leão XIV fez um apelo para que Israel permita a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza, classificando a situação no território palestino como preocupante. O apelo coincidiu com denúncias da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que acusou Israel de limitar a entrada de ajuda em Gaza, considerando-a “ridiculamente insuficiente”.
Na terça-feira, a ONU informou ter recebido autorização de Israel para a entrada de cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, mas até o início desta quarta-feira, a assistência ainda não havia sido distribuída aos palestinos. A ONU alerta que crianças não estão recebendo comida em Gaza devido ao bloqueio.
Na segunda-feira, Israel anunciou a entrada de cinco caminhões no território após mais de dois meses de bloqueio. O diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, descreveu a ajuda permitida como “uma gota em um oceano”, ressaltando que a população de cerca de 2,3 milhões de palestinos em Gaza precisa de pelo menos 500 caminhões de suprimentos por dia. Fletcher expressou preocupação com a possibilidade de que 14 mil bebês possam morrer nas próximas 48 horas se ajuda humanitária suficiente não chegar a Gaza.